A religião pode ser vista como o núcleo da cultura nos países árabes, haja vista o poder do Islã na construção da história e da sociedade de seus povos. Ela orienta o comportamento humano e, portanto, tem impacto direto nas negociações. A interdependência da vida cotidiana com o Islã é estreita, tendo influência na vida até mesmo daqueles que não são muçulmanos, mas que fazem parte da sociedade ou se relacionam de alguma forma com ela.
O sistema econômico é interligado e interdependente aos demais aspectos da vida, como o social, o educacional, o moral. A ética e a moral são fundamentos importantes no sistema econômico islâmico.
Percebe-se que o Islã, sob o Alcorão, sob a Ahadith e sob a Sharia, cuidou de estabelecer regras para as negociações. Quando seguido, condiciona as negociações, estabelece atributos interessantes para a ética empresarial como a confiança, a parcimônia, a honestidade, a generosidade, a humanidade, apreciação mútua, transações comerciais claras. O negociador muçulmano será aquele com o qual teremos negociações justas, retas.
As negociações devem seguir todas as regras de justiça e equidade e devem ser totalmente compreendidas pelos negociadores dos dois lados. Essas regras são baseadas no Alcorão, nas tradições e práticas do Profeta Muhammad - que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele.
Dentre atividades e temas ilegais, posso citar fraudes, juramentos constantes pelo vendedor para vender seus produtos, exposição de produtos falsos, transações que envolvem promessas e essas não são cumpridas, atividades especulativas, comércio de carne suína, marketing negro, transações que envolvem incertezas.
O Islã possui um guia ético e moral na condução dos negócios. É certo que há fundamento moralmente aceitável por toda pessoa humana e que poderia ser utilizado por todo negociador, independentemente de religião.
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